Talvez um dos motivos de pessoas jovens gostarem de coisas antigas e analógicas seja a possibilidade de interagirmos com aquilo de diferentes formas, olhando, tocando, cheirando, hoje em dia os algoritmos e as redes sociais são feitos para serem utilizados de formas já pré-estabelecidas, diminuindo muito a criatividade e liberdade sobre algo que deveria “ser seu”.
Diante dessa imensidão de informações e de infinitas possibilidades, desenvolvemos a angústia de não estarmos conseguindo acompanhar as atualizações e eventos do mundo, se tornando refém das redes sociais para conseguirmos ter essa espécie de pertencimento. Essa ansiedade e preocupação irreal sobre coisas que só existem dentro de uma tela, que muitas vezes não passam de histerias coletivas na internet sem fundamentação nenhuma com a realidade, acabam por ter sim efeitos negativos na vida das pessoas. Qual o senso de distorção e peso de proporcionalidade daquilo que aparece a todo momento no nosso feed? será mesmo que isso tem uma relevãncia real?
Por conta dessa paralisia de decisão, fui a procura de ambientes online onde as pessoas utilizassem a internet de forma semelhante ao passado, sem táticas de SEO e sem a presença inevitável de grandes corporações que possuem um monopólio quando se trata de acesso a informação.
Eu particularmente não cheguei a viver essa época onde a internet era a fuga da realidade e não vice versa, quando tive meus primeiros contatos com computadores a internet já estava mais parecida com o que é hoje em dia, lembro que tive o modem USB 3g que parecia um pendrive, que conectava para acessar a internet, meu uso era mais ficar jogando paciência no windows e ficar o dia todo jogando aquele purble place que dava pra fazer torta, lembro também que no instituto social que estudei eu jogava club penguim com meus colegas e pra mim internet era isso.
Geocities - embora não seja do meu tempo, geocities era hospedador e criador de sites, totalmente customizável sem a necessidade de saber html e css. Após o Yahoo comprar o geocities, ele foi encerrado em 2009, contendo mais de 38 milhões de páginas, mas que ainda podem ser acessar pelo internet archive, na ferramenta wayback machine.